AS PRATICAS DA IGREJA CATÓLICA EM COMPARAÇÃO COM OS ENSINOS DA PALAVRA DE DEUS – A BÍBLIA SAGRADA
Dia 10 de julho de 2007 os noticiários do radio e da televisão anunciaram que “ a Igreja Católica Romana, emitiu um documento informando que ela é a única “Igreja de Cristo””; a seguir o resumo da noticia “Vaticano define Igreja Católica como ´única de Cristo´
estadão.com.br - 20 horas atrás
ROMA - O Vaticano publicou nesta terça-feira, 10, documento afirmando que a Igreja Católica é, sempre foi e será a única igreja de Cristo. ...
Igreja Católica é 'única de Cristo', diz Vaticano veja on-line (Assinatura)
Vaticano diz que Igreja Católica é a única Reuters Brasil
A «verdadeira igreja de Cristo» Portugal Diário
A Tarde On Line - Último Segundo
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Quando ou vi esta noticia me veio à mente uma serie de Estudos Bíblicos comparando as doutrinas praticadas pela Igreja Católica Romana com o que a Bíblia ensina, a Bíblia Sagrada é o único documento autorizado para comparar todas as doutrinas e pratica de todas as igrejas; o que não está escrito em suas paginas são ensinos de homens, quando muito são tradições antigas, mas não ensinos Bíblicos.
Este Estudo se divide em quinze partês:
1 – A ORIGEM DA IGREJA ROMANA ATÉ O 5° SÉCULO.
2 – O DOMINGO “DIA DO SOL”.
3 – PROFETIZADA UMA TENTATIVA DE MUDANÇA NA LEI DE DEUS.
4 – A CONFIRMAÇÃO DA TENTATIVA DE MUDANÇA DO SÁBADO PELA IGREJA ROMANA.
5 –ALGUMAS HERESIAS E INVENÇÕES CATÓLICO-ROMANAS.
6 – ARGUMENTOS CONTRA A TRADIÇÃO
7 – MARIA E A BÍBLIA
8 – PEDRO: A ROCHA?
9 – O LIGAR E DESLIGAR.
10 – QUE ENSINA A BÍBLIA SOBRE MARIA.
11 – FATOS QUE REFUTAM A TRANSUBSTANCIAÇÃO.
12 – PURGATÓRIO
13 – A BÍBLIA.
14 - DESCRIÇÃO SOBRE A IGREJA DE SÃO PEDRO.
15 – BATISMO POR ASPERSÃO.
Bom seria ler todos os Estudos, assim poderia ter uma visão completa.
O que vai ser escrito daqui a diante é Estudos publicados no Livro “SEGUE-ME” da CASA PUBLICADORA BRASILEIRA.
A origem da Igreja Romana Até o 5° Século
Samuel Ramos
(Gálatas 4:4) - Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
Tudo que se sabe do Filho de Deus se encontra nas paginas da Bíblia em especial nos quatro Evangelhos. Faltar-nos dados biográficos de Cristo para apresentarmos uma biografia dEle nos moldes atuais. No entanto o que dEle conhecemos é bastante suficiente para converter qualquer um. Cristo durante Seu ministério, aparentemente não foi um conferencista de êxito, no que tange ao numero de almas ganhas. No entanto, quando o Seu corpo foi levantado no Madeiro, atraiu para Si muitos corações. A igreja que Cristo deixou foi a Igreja Apostólica em Jerusalém. Ela nada mais era do que a associação dos sectários de Cristo. É do nosso conhecimento que os discípulos permaneceram em Jerusalém após a ascensão de Cristo, à espera do prometido “Consolador”, o “Espírito da Verdade”.
(João 14:16) - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
(João 14:17) - O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
(Atos 1:8) - Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.
O dia de Pentecostes foi um dia marcante na historia da igreja, mas não foi o dia de seu nascimento, pois esta iniciou com a associação dos discípulos a Cristo. Segundo o que lemos em atos:
(Atos 2:41) - De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas,
o dia de pentecostes foi o inicio do crescente progresso da igreja; neste dia entraram para a igreja “quase três mil pessoas”.
O nome de “Igreja” foi adotado pela comunidade cristã muito cedo. O vocábulo significava provavelmente a sua origem, pouco mais do que “reunião” usada para marcar diferença entre a congregação daquele que aceitavam a Jesus como Messias e os seus coetâneos judeus que o não O aceitavam.
A Organização da Primeira Igreja era bastante simples. A principio era ocupada por Pedro e em menor grau por João. Ainda foi nomeada uma comissão de sete diáconos para a solução dos problemas de ajuda aos necessitados.
(Atos 6:1) - ORA, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
(Atos 6:2) - E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
(Atos 6:3) - Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
(Atos 6:4) - Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
(Atos 6:5) - E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
(Atos 6:6) - E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
Walker, referindo-se a esta comissão comenta que, embora essa comissão seja considerada o inicio do diaconato, é mais provável que tenha sido o começo de um sistema de presbíteros para atender às necessidades locais das igrejas. Seja como for, ouvem-se desde logo referencias aos “presbíteros” (ou “ancião”) nas igrejas fundadas por PAULO.
(Atos 4:23) - E, soltos eles, foram para os seus, e contaram tudo o que lhes disseram os principais dos sacerdotes e os anciãos.
I) A Dispersão dos Crentes de Jerusalém
O progresso assustador da Igreja de Jerusalém e o fato de seus membros pregaram Jesus como o verdadeiro Messias, resultou na morte do 1° mártir na historia da Igreja Cristã Estevão. Com esta ocorrência houve uma dispersão parcial dos crentes de Jerusalém, e foi assim que a semente do Cristianismo começou a ser semeada pela Samária, Judéia, Cesárea, Antioquia e a Ilha de Chipre.
A paz relativa desfrutada pela Igreja logo após o martírio de Estevão, foi perturbada por uma severa perseguição instigada por Herodes Agripa em 44d.C. Pedro nessa ocasião foi preso mas escapou à morte. Tiago foi decapitado. Daí conclui-se que os discípulos tenham deixado Jerusalém somente doze anos após a crucifixão, isto por causa da dispersão que se seguiu a esta perseguição. A liderança da Igreja em Jerusalém passou a Tiago “irmão do Senhor” que já ocupara antes cargo preeminente.
(Gálatas 1:19) - E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.
(Gálatas 2:9) - E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;
(Atos 21:18) - E no dia seguinte, Paulo entrou conosco em casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali.
Esse cargo por ele ocupado até seu martírio, aproximadamente em 63d.C, tem sido chamado “Episcopado”. Não há duvidas de que correspondia em muitos sentidos, ao episcopado das igrejas gentílicas. Não obstante não há provas de que o titulo de bispo tenha sido aplicado a Tiago durante sua vida.
A catástrofe do ano 70d.C. foi fatal para todas as comunidades cristãs da Palestina. O Cristianismo palestinense ficou reduzido a um frágil remanescente depois do aniquilamento, ainda maior infligido por Adriano na guerra de 132 a 135d.C.
Todas essas ocorrências corroboraram fortemente para a disseminação do Cristianismo em outras terras, Podemos dizer que no 1° período do Cristianismo, Antioquia foi o centro de expansão. Lugar onde pela primeira vez os seguidores de Cristo receberam o nome de “cristão”.
(Atos 11:26) - E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
Somente por volta do século II é que os próprios seguidores de Cristo começaram a aplicar essa designação a si mesmos.
II) A Organização da Igreja – Século II
Policarpo escrevendo aos filipenses em 110 -117, menciona somente os presbíteros e diáconos e seus respectivos deveres. Hermes (110 -140) parece dar a entender que no seu tempo ainda persistia em Roma o cargo na forma de Colegiado. São os “anciãos” (presbíteros) que presidem a Igreja. Menciona Tão-somente os deveres de “diáconos” e “bispos”. Segundo interpretação dos antigos de Jerônimo, por exemplo, os presbíteros e os bispos colegiados eram os mesmos. Os termos é que teriam sido usados indiferentemente ara para uns, ora para outros. O fato evidente, porem, é que, até depois do ano 100 as congregações de Roma, Grécia e Macedônia tinham à sua frente um grupo de bispos (ou bispos-presbíteros) colegiados, com um certo numero de diáconos como assistentes. Os ocupantes de tais cargos eram escolhidos pela Igreja, ou ao menos, “com beneplácito de toda a Igreja”. Datando da mesma data em que foram escritos os documentos mencionados, existem outros que apontam para a existência de um tríplice ministério, composto de um bispo único e monárquico, de presbíteros e de diáconos, em cada congregação da região. A Ásia Menor é um dos territórios em que pela primeira vez aparecem evidencias da existência de um episcopado monárquico.
Como bispo monárquico da Antioquia (110 – 117), Inácio exalta de todas as maneiras a figura do bispo monárquico local nas igrejas de Éfeso, Magnésia, Trales, Filadélfia e Esmirna. Menciona o nome do bispo de quatro delas. Só não fala em bispo ao escrever aos romanos, provavelmente, pela simples razão de não haver ainda bispo monárquico em Roma. Para Inácio o grande valor do bispo monárquico está em ser ele um centro de unidade e o melhor opositor de heresia. O Episcopado Monárquico Ainda não é Diocesano. É a chefia da Igreja local, ou no Maximo, das congregações de uma mesma cidade,
O Episcopado Monárquico veio a existir na época que medeia entre o chamado de Paulo aos presbíteros-bispo a Mileto
(Atos 20:17) - E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da igreja.
(Atos 20:18) - E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós,
(Atos 20:19) - Servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram;
(Atos 20:20) - Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas,
(Atos 20:21) - Testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
(Atos 20:22) - E agora, eis que, ligado eu pelo espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que lá me há de acontecer,
(Atos 20:23) - Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações.
(Atos 20:24) - Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.
(Atos 20:25) - E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto.
E a data em que Inácio escreveu suas cartas. Como surgiu o episcopado monárquico não se sabe, conta-se entre as varias razões as seguintes: a direção do culto, e a supervisão financeira da congregação no trabalho de assistência aos pobres e outros necessitados.
Clemente de Roma (93-97) escrevendo numa época em que ainda não havia bispo monárquico nessa cidade, atribui a existência de oficiais da igreja à sucessão apostólica. Por outro lado, embora insista em termos muito fortes no valor do episcopado monárquico como elo de unidade, Inácio nada diz a respeito de uma sucessão apostólica. A dignidade e o poder do episcopado foram imensamente realçados quando, antes da metade do século II, ocorreu à união entre os dois princípios: O Bispo Monárquico em Sucessão Apostólica.
Por volta de 160 o episcopado monárquico tinha se tornado quase universal.
III) A Igreja Católica
A luta contra o gnosticismo e o montanismo serviu para tornar mais forte o episcopado monárquico. A Igreja que fortemente consolidada sairá ilesa das crises gnoticas e montanistas, passou a ser usualmente descrita como “Católica. Na ultima parte do século II dava-se já o nome de” Católica “. Em relação à Igreja, foi usada esta palavra pela primeira vez por Inácio que o empregou no sentido platônico de”Universal” em contraste com particular. A seguir encontra-se na carta à Igreja de Esmirna, na descrição do martírio de Policarpo (156).
Pouco a pouco se tornou comum o uso do vocábulo como adjetivo de natureza técnica e descritiva, quase sinônimo de “Ortodoxo”. As características distintivas dessa Igreja Católica desenvolveram-se no período que medeia entre 160 e 190. As congregações até então independentes, agora se ligavam numa união efetiva. O poder dos bispos foi gradualmente fortalecido. Reconheceu-se uma coleção de escritos autorizados do NT. Formulou-se um credo e com dirigentes oficialmente reconhecidos e capazes de defender e definir a sua fé, e não só isso, mas também de excluir da sua comunhão todos os que recusassem aceitar o credo ou os dirigentes. Um estudioso alemão resume a mudança ocorrida “por volta do ano 50, pertencia à Igreja quem tivesse recebido o batismo e o Espírito Santo, e atribuísse a Jesus o nome de Senhor. Já por volta de 180, membro da Igreja era aquele que aceitasse a regra de fé (credo), o cânon do NT e a autoridade dos ‘bispos’”.
Irineu de Lião argumentava que nas Igrejas fundadas pelos apóstolos o ensino apostólico tinha sido preservado em toda sua inteireza e sua transmissão tinha custodiada pela sucessão ordenada dos seus bispos. Todas as igrejas devem concordar com a de Roma, pois, nesta, a tradição apostólica foi fielmente preservada, tal como em todas as igrejas fundadas pelos apóstolos. Irineu ainda acrescentou: “a própria Igreja é a depositária do ensino cristão, já que os apóstolos , como o rico faz com um banco, depositaram em suas mãos copiosamente todas as coisas que dizem respeito à verdade”.
Concordar com os bispos é uma necessidade. Este tipo de argumento encontrava-se não só em Irineu, mas nos lideres da doutrina católica em geral.
Ao mesmo tempo em que se realçavam o poder do episcopado e a importância das igrejas fundadas pelos apóstolos, da crise gnotica adveio o desenvolvimento do credo, especialmente no Ocidente.
Ao tempo de Hipólito (mais ou menos 170-235) em Roma, o credo passara a incluir três perguntas feitas aos candidatos ao batismo. Respondendo estas era mergulhado na água. Eram elas:
Crês em Deus Pai Onipotente?
Crês em Jesus Cristo, o Filho de Deus, nascido do Espírito Santo e da Virgem Maria, que foi morto crucificado sob Poncio Pilatos, morreu e ressurgiu ao terceiro dia dentre os mortos e subiu ao Céu e, está assentado à mão direita do Pai, e virá julgar os vivos e os mortos?
Crês no Espírito Santo, na sua Santa Igreja e na ressurreição da carne?
De tempos em tempos acrescentavam-se frases adicionais a essas perguntas como defesa contra as heresias da época.
Da luta contra o gnosticismo episcopal, seus credos e seu cânon oficial. Era diferente em muito da Igreja Apostólica, mas conservava o Cristianismo histórico.
IV) A Igreja Romana – Seu Crescimento
Desde os tempos de Paulo a Igreja Romana ocupava lugar de preeminência. A ela o apostolo escrevera sua carta mais importante. Em Roma morreram Pedro e Paulo. A Igreja sofrera a mais severa das primeiras perseguições – a de Nero – e sobreviveu vigorosa. Situada na capital do império logo adquirira consciência de força e autoridade; sendo por volta do ano 100, a maior congregação do Cristianismo. Antes do fim do século I, Clemente escrevendo anonimamente em nome de toda a congregação de Roma (93-97), falava em nome de quem esperava ser obedecido.
A influencia foi aumentada ainda mais devido à generosidade da congregação romana.
A destruição de Jerusalém na segunda guerra judaica (135), deu fim a toda a possibilidade de liderança a que o Cristianismo ali sediado, pudesse almejar. A resistência oferecida ao gnosticismo e ao montanismo pela Igreja Romana, fortaleceu-a. Foi em Roma que se formou o credo e o cânon. Acima de tudo foi favorecida pelo fato de os opositores do gnosticismo recorrerem à tradição das igrejas apostólicas, pois Roma era a única Igreja da região Ocidental do império com a qual os apóstolos tinham tido alguma coisa a ver.
Escrevendo mais ou menos em 185, Irineu de lião representa o sentimento predominante no Ocidente, quando não só atribui a Pedro e Paulo a fundação da Igreja Romana, mas também declara que é necessário que todas as igrejas estejam em acordo com esta Igreja. Tinham em mente quando isso declarou, a fé apostólica e não a supremacia em matéria de jurisdição. Mas com a generalização desse sentimento, estava aberta a porta para uma afirmação mais ampla da autoridade romana. O desenvolvimento do episcopado monárquico em Roma não foi rápido, embora já estivesse implícito na posição ocupada por Clemente e, como uma espécie de ministro de relações exteriores daquela Igreja. A preeminência do bispo de Roma cresceu rapidamente após a luta contra o gnosticismo e com esse crescimento veio à primeira declaração extensiva da autoridade do bispo de Roma nos negócios da Igreja em geral.
Com o aumento da influencia de Roma deva-se o declínio da Ásia Menor. No começo do século II a Ásia Menor e a Síria eram as regiões do império mais cristianizadas. E isso poder-se-ia dizer também no fim desse mesmo século. Éfeso e Antioquia tinham sido e ainda eram grandes centros cristãos. A Ásia Menor tinha resistido ao gnoticismo, mas foi dividida pelo montanismo e outras controvérsias embora o montanismo tivesse sido rechaçado.
A disputa entre a Ásia Menor e Roma foi ocasionada pela discussão a respeito da data da Páscoa. O costume da Ásia Menor era observar a Páscoa com vigília e terminá-la com a celebração da Ceia do Senhor, durante a noite do dia 14 do mês de Nisã, tal como a Páscoa Judaica independente do dia da semana em que ocorresse. O costume de Roma e de algumas igrejas do Oriente era comemorar a festa da Páscoa num domingo. O problema resumia-se em determinar qual deveria ser a norma: o dia da semana ou do mês. O problema tornou-se mais complexo por causa de uma discussão surgida por vota de 167 em Laodiceia, na própria Ásia Menor, com respeito à natureza da celebração no dia 14 de Nisã. No ano 190 mais ou menos, o problema tornara-se tão complexo que em Roma, na Palestina e outros lugares, reuniam-se sínodos, os quais decidiram em favor do costume romano.
Lideradas por Policrates, bispo de Èfeso, as igrejas da Ásia Menor negaram-se a concordar. Diante disso o bispo de Roma, Vitor (189-198), excomungou as congregações rebeldes. Esse ato prepotente, embora tenha levantado muitos protestos, foi uma afirmação marcante da autoridade de Roma.
Essas acirradas controvérsias causaram muito dano à Ásia Menor. Desde então extinguia-se qualquer possibilidade de que Éfeso viesse a rivalizar com Roma. O colapso da liderança cristã judaica, a aparente ausência de homens eminentes em Antioquia durante o século II e o declínio da influencia da Ásia Menor fizeram de Roma, por volta do ano 200, o centro mais eminente e influente do cristianismo, e os bispos da Igreja Romana tiveram a disposição e capacidade de fazerem bom uso desta posição. Nem o aumento da importância de Alexandria e Cartago na vida e no pensamento cristão durante o século II foram capazes de subtrair a Roma seu papel de líder.
V) O Desenvolvimento Constitucional da Igreja
Os “Dons do Espírito” que eram muito reais no pensamento dos cristãos das eras apostólicas e subapostolicas, e que podiam ser possuídos por qualquer pessoa, constituíam agora uma tradição, mais do que uma realidade vital. Essas idéias eram consideradas com suspeita por causa da discussão com os montanistas. Os “dons” agora eram posse oficial do clero, especialmente dos bispos. Estes eram os guardiões, divinamente designados, do deposito da fé e podiam decidir o que era heresia. Eram os dirigentes do culto; eram órgãos oficiais de disciplina numa congregação.
A partir do começo do século II os cristãos de uma determinada cidade passaram a ser sempre considerados membros de uma única comunidade, quer esta se constituísse de uma única congregação, quer de muitas. Estavam sujeitos à liderança de um único bispo. A civilização antiga era fortemente urbana na sua constituição política. A cidade em o centro natural da vida das zonas rurais adjacentes. O cristianismo estabelecera-se nas cidades. Graças aos esforços originários dos núcleos cristãos urbanos, formaram-se congregações nas vilas e povoados vizinhos. Os membros destas a principio iam à cidade para participar dos atos de culto. À medida que cresceram em numero passaram sob supervisão do bispo da cidade, cujo campo imediato de superintendência cresceu, transformando-se, por volta do século III, em uma diocese.
Par Cipriano, o episcopado era um todo indivisível e, cada bispo o representante de todos os seus poderes, em pé de igualdade com todos os outros bispos. No entanto, mesmo durante os seus próprios dias essa teoria começava a ser impraticável. Os bispos das grandes cidades do império, começavam a adquirir certa supremacia sobre os outros. Mais do que quaisquer outros os bispos de Roma procuravam transformar estas circunstancias numa superioridade de caráter jurisdicional. Em virtude de sentimentos religiosos, Roma, Alexandria, Cartago e Éfeso desfrutavam de eminência especial e entre elas, Roma em particular. Alem dos bispos dessas grandes sés metropolitanas, os das capitais de províncias começavam a ser considerados de certa forma superiores aos das cidades menos importantes situadas ao seu redor.
Foi só no século IV, porem, que se desenvolveu plenamente o sentimento da dignidade metropolitana, tendo o Oriente precedido o Ocidente nesse terreno.
Nos meados do século III, o processo ordinário de escolha de bispos era feito pelos outros clérigos de cidade, especialmente os presbíteros, a provação por parte dos bispos vizinhos e a ratificação, ou eleição, pela congregação. Seguia-se a ordenação pela imposição das mãos de, pelo menos um outro bispo. Já no fim do século III fixara-se em três o numero normal de bispos ordenantes. O controle da escolha dos presbíteros e dos diáconos e clérigos das ordens inferiores estava nas mãos do bispo da localidade que os ordenava. O numero de presbíteros não tinha numero prefixado. Os diáconos eram subordinados diretamente ao bispo. Em conformidade com Atos 6:5, o numero de diáconos era sete.
Bispos, presbíteros e diáconos constituíam as ordens maiores.
Uma carta escrita pelo bispo Cornélio de Roma por volta de 251, nos supre de dados referentes a esta Igreja. Sob direção de um único bispo, havia em Roma 46 presbíteros, 7 subdiáconos 42 acólitos e 52 exorcistas, leitores e ostiários. Mais de 1.500 dependentes eram sustentados pela Igreja que contaria possivelmente com 30.000 membros. No Oriente haviam também as diaconistas.
VI) O Crescimento do Papado
A mudança da capital do império para Bizâncio em 330 fez do bispo de Roma o personagem mais importante na antiga capital, sede do império. Essa importância do bispo de Roma tinha ainda mais possibilidade de crescer no futuro. Fundada, segundo se acreditava, por Pedro, situada na antiga capital do império, guardiã da tradição apostólica, a maior e mais generosa congregação do Ocidente, a Igreja Romana mantivera-=se fiel à ortodoxia mediante as controvérsias arianas e as invasões germânicas. Embora a maioria dos bispos de Roma, nesse período, tivessem sido homens de parcos dons, tornaram-se vários deles, lideres eminentes no Ocidente, e a eles de deve o grande crescimento da autoridade do bispo de Roma, isto é, o desenvolvimento do Papado propriamente dito.
Inocêncio I (402-417) foi um desses lideres. Reivindicou para a Igreja não só a custodia da tradição apostólica e a fundação de todo cristianismo no Ocidente, mas também atribuiu ao Concilio de Nicéia as decisões de Sárdica. Em Sárdica foram aprovados vários cânones, liderados por Hosio de Cordova, cânones estes de grande importância no desenvolvimento da autoridade Judicial do bispo de Roma.
Leão I deu ênfase ao primado de Pedro entre os apóstolos, ensinando que, o que Pedro possuirá, havia passado aos sucessores. Em 445, no concilio de Calcedônia o cânon 28 colocou Constantinopla praticamente no mesmo pé de igualdade com Roma. Na luta contra o monofisismo, os bispos de Roma resistiram aos esforços do Imperador Zenão (457-491) e do patriarca Acácio de Constantinopla, no sentido de modificar os resultados de Calcedônia, e isto fizeram por meio do, assim chamado, Henoticon. Resultado disso foi à excomunhão de Acácio pelo Papa Felix II (483-492) e o inicio do cisma entre Oriente e Ocidente, sanado em 419 com o triunfo do Papa.
O Papa Gelasio (492-496) enviou ao sucessor de Zenão, o imperador do Oriente, Anastácio, uma carta em que declarava que “... há dois poderes por quem principalmente este mundo é governado: a sagrada autoridade dos pontífices e o poder real”.
Em 502 o bispo Enodio de Pavia declarou que o papa só pode ser julgado por Deus. Os direitos que o papado medieval viria mais tarde reivindicar para si, portanto, já se esboçava por volta do inicio do século VI.
Papa – deriva-se da palavra latina papa, que significa “pai”. Foi usada com freqüência nos domínios ocidentais no século IV e V, e era o titulo de qualquer bispo. Mas gradualmente foi sendo reservada para o bispo de Roma.
Bibliografias
- Nichols, R. H. – História da Igreja Cristã, Cãs Editora Presbiteriana, 1960.
- Walker, W. – Historia da Igreja Cristã, vol. 1, ASTE. 1967.
- Huges, P. – Historia da Igreja Católica, Domicianus - - S.P., 1962.
- Negueruela, M. – Por que sou católico? Editora Poblet, Buenos Aires , 1948.
- Atwater, D. – A Catholic Dictionary, The Macmillian Company, New York, 1961.
- Schaff, f – Histoy of the Christian Church.
- Muirhead, H.H. – O Cristianismo Através dos Séculos, C.P. Batista.
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